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07 setembro 2006

Angola : Vai Crescer Bué !!!

Estou de volta !
Ao contrário do que muitos imaginaram, não fui caçar leões, não me alistei em organizações missionárias, nem tão pouco vi um elefante. Apenas visitei o Sul de Angola.
Obrigado por todos os comentários e mensagens de apoio.
Visitei as províncias do Namibe e Huila até ao Cunene e dei uma vista de olhos por Luanda.
A cidade do Lubango foi o nosso destino e quartel general durante a maior parte dos dias. Pela região demos umas voltas.
Ao falarmos de Angola devemos equacionar "duas angolas": Luanda e o Resto do País.
Luanda é uma metrópole com quase 5 milhões de habitantes cuja riqueza do país está a permitir uma acelerada reconstrução e edificação.
Nas restantes zonas do país começa-se a deitar mão à obra, mas a destruição de 30 anos de guerra e imobilismo é evidente e o país precisa de muitas obras de infraestruturas. Em 30 anos não se aplicou um vidro, não se gastou uma lata de tinta ou saca de cimento, nem se colocou um tijolo. Não existem estradas, a electricidade e a àgua são escassos e bens preciosos. A rede de transportes é péssima e as telecomunicações defecitárias. Os serviços públicos necessitam de profissionalização e modernização e a Saúde e Educação são precárias. Existem cidades parcialmente destruídas, como os casos de Huambo e Kuito no Bié. As restantes cresceram desmesuradamente através da fuga dos índígenas do mato para as cidades. Com as estradas completamente destruídas pelos tanques e falta de manutenção, os abastecimentos ao interior tornaram-se quase impossíveis.
O lixo e as carcaças de viaturas, tanques e aviões são visíveis por quase todo o território.
Também muita da vegetação não escapou à dizimação, o gado foi consumido, e até muitas das espécies selvagens desaparecerem.


Por enquanto, deixo-vos com algumas fotos de Lubango (na coluna lateral), actualmente a 2ª maior cidade de Angola com quase 1 milhão de habitantes (foto) e anteriormente designada por Sá da Bandeira. É a capital da Província de Huíla e situa-se num planalto a 1800 metros de altitute. Nota-se que foi uma cidade bonita e com excelentes equipamentos urbanos. Antes da guerra tinha somente 50 mil habitantes. As mesmas infraestruturas (muito destruídas e sem manutenção) servem hoje um milhão.







Viajar pelo interior de Angola, ainda só é possível graças ao apoio dos residentes luso-angolanos. Não existem vias de comunicação, alojamentos e alugar viaturas é caríssimo. Aliás, tudo é caro, excepto o preço da gasolina.
Sem o inestimável apoio da vasta comunidade "Macongina" esta viagem teria sido quase impossível. Um agradecimento a todos eles.
Mas, pelo que vimos, em três anos de paz já se fez muito e Angola está no caminho certo.
É um país de enormes recursos, muita riqueza mal distribuída e grandes assimetrias, com muita juventude (6 jovens por cada adulto) e, que está a desenvolver grandes esforços para reconstruir estradas e recuperar as infra-estruturas de um país com um território 14,5 vezes maior que Portugal. São milhões de chineses que se estão a ocupar dessas tarefas.
Angola é um país de contrastes. Há falta de tudo, e não há falta de nada, mas não vi uma criança desnutrida ou a chorar.
A Paz em Angola já é uma realidade, e ninguém quer tornar a ouvir falar em guerra.
Angola é esperança, e irá crescer bué.
Dentro de uma década ou duas irá impor-se como uma grande nação africana.

1 Comments:

At 6:36 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Ola, acabei de descobrir o seu blogue e estou encantada. Nasci no Lubango e ainda não tive oportunidade de regressar. So queira dar-lhe os parabéns e agradecer por assim eu poder matar saudades. Obrigado

 

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